Em 2018 foi realizado um projeto para cultivo de oliveiras visando a produção de azeite de oliva de altíssima qualidade e de azeitonas de mesa em conserva. O projeto resultou no plantio, em março e abril de 2019, de 3.606 mudas das variedades Arbequina, Koroneiki, Picual, Manzanilla, Coratina e Frontoio em área selecionada de 12ha, no topo da coxilha denominada Alto Bonito, de onde se avista ao horizonte, a zona urbana de Bagé pelo oeste e as elevações ao norte da Serra do Sudeste e ao sul da fronteira com o Uruguai. O Projeto foi elaborado pela empresa Frutitec, através de seu responsável, Engenheiro Agrônomo Emerson Menezes, cujo texto inicial está reproduzido abaixo: " O azeite de oliva é um dos produtos mais antigos processados pela humanidade, tendo, por isso, forte apelo social, econômico, cultural e religioso. Seu consumo é crescente em todo o mundo, sendo o Brasil um dos maiores consumidores desse produto. A produção de oliveiras concentra-se em países de clima mediterrâneo, produzindo 3,1 milhões de toneladas de frutos por ano, representando 95% da produção mundial. Nas últimas décadas, países com clima subtropical, como Argentina, Chile, e Uruguai têm despontado no cenário como promissores concorrentes neste mercado. Os primeiros azeites brasileiros começam a despontar ainda ao nível experimental e/ou produzido por pequenos produtores. O Brasil é totalmente dependente de importação tanto dos frutos para mesa quanto dos azeites, importando 86,5% da Comunidade Econômica Europeia, e 13,4% da Argentina, com gastos anuais em torno de 400 milhões de reais. Nos últimos nove anos o consumo e importação de azeite de oliva e azeitona tiveram aumento de 120% e 45% respectivamente. Diminuir as importações de produtos originários da oliveira constitui estratégia econômica e social, por meio do desenvolvimento de um produto nacional com qualidade e competitividade. A oliveira foi introduzida no Brasil há muitos séculos, desde o período colonial, entretanto, o país importa 98% do azeite consumido. O Brasil é um dos maiores importadores mundiais de produtos da olivicultura, em média importa anualmente 70 mil toneladas de azeite/ano a um custo superior a 300 milhões de dólares e mais de 100 mil toneladas de azeitonas de mesa/ano ao custo de 120 milhões de dólares. O Brasil ocupa a 4ª posição no ranking mundial de importadores. O cultivo no Estado tem se caracterizado por aumento expressivo das áreas, produção e extração de azeite com o surgimento de inúmeras agroindústrias de extração ao longo das regiões produtoras. O consumo de azeite cresce em nosso país e no mundo e é sinônimo de saúde e qualidade de vida. Hoje o consumo per capita no Brasil é de pouco mais de 400 gramas. Para atendermos a demanda interna de azeites, seriam necessários mais de 100.000 hectares em produção e mais 20.000 hectares para azeitonas de mesa. A região de Bagé possui condições de clima e solo favoráveis ao cultivo de Oliveiras, de acordo com o Zoneamento Edafoclimático da Olivicultura para o Rio Grande do Sul. A olivicultura se constitui numa importante alternativa de diversificação da matriz produtiva da região, contribuindo para o aumento de renda dos produtores e geração de empregos no campo. A Oliveira, no aspecto ambiental, é considerada de baixo impacto, uma vez que emite pouca quantidade de gás carbônico e é eficiente no sequestro de carbono. O sistema permite ainda a integração com bovinos de corte e ovinos, otimizando desta forma a área produtiva."